Caroline
Wisch
Hoje é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Por isso, o
Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes de Presidente Prudente realizou, às
8h, uma caminhada por toda sua sede. Cerca de 60 pacientes e funcionários
participaram da ação, carregando bexigas amarelas que lembram o Setembro
Amarelo, campanha do Centro de Valorização a Vida (CVV).
Pacientes e funcionários participaram da caminhada
Para
conscientizar sobre o que faz uma pessoa cometer suicídio foi realizada uma
palestra com a médica Gabriela Gouveia Queiroz, 28 anos, residente em
Psiquiatra no HR (Hospital Regional) e também no Bezerra. Durante quarenta
minutos, ela sanou dúvidas dos participantes e foi atenciosa.
Para
introduzir o assunto, a médica apresentou uma música de Chico Buarque, “O que
será”, que mostra que sempre existem dúvidas sobre tudo em nossas vidas. Os
dados sobre o número de pessoas que cometem suicídio são alarmantes. Segundo a
Organização Mundial de Saúde, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no
mundo.
O Brasil ocupa a 8ª colocação
no ranking de países com maior número de suicídio, e o que mais chama a atenção
é que a maioria das vítimas são homens. É crescente o número de jovens e idosos
que pensam em cometer o ato. O término de um relacionamento, a sensação de
incapacidade e problemas financeiros são os vilões mais marcantes.
Para quem estava na palestra, os números certamente
chamaram a atenção. Cerca de 20% das pessoas já pensaram em se matar, 3% já
tentaram. Em 2020, estima-se que esse número aumente 50%. “Engana-se quem pensa
que esse distúrbio é frescura, ou, então, quem diz que vai se matar, não fala”,
explicou Gabriela.
Esse distúrbio psiquiátrico está na humanidade desde os
primórdios, e pode ser uma doença genética. Pesquisas informam que pessoas que
têm casos na família tem uma maior probabilidade de seguir o exemplo do parente.
O que pouco se sabe é que o suicídio é uma questão de
saúde pública, onde todo o profissional de saúde deve estar adepto a atender um
paciente que apresente os sintomas. Os fatores de riscos mais comuns são: abuso
de substâncias, problemas familiares, emocionais, rejeição familiar,
negligência, além de abusos físicos na infância.
O correto seria quebrar o tabu de que uma pessoa pensa em
se suicidar por apenas um motivo ou causa, ou que quem tem essa decisão age
individualmente. “Grande parte das pessoas que têm o suicídio como solução para
os problemas chega a essa conclusão por falta de diálogo. Eles têm medo ou
vergonha de procurar alguém que possa ajudar”, garantiu a residente.
Alguns funcionários foram trabalhar de amarelo
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